Utilização Do Bloqueio Do Plano Eretor Em Cirurgias Cardíacas: Revisão De Ensaios Clínicos
DOI:
https://doi.org/10.37497/JMRReview.v1i1.9Palavras-chave:
Revisão da Literatura, Anestesiologia, Cirurgias Cardíacas, Bloqueio do Plano EretorResumo
Introdução: Uma das modalidades recentemente documentadas de bloqueio de planos fasciais é o bloqueio do plano eretor da espinha (ESP), que foi descrito pela primeira vez para o tratamento da dor neuropática torácica crônica e dor pós-operatória em cirurgias torácicas. Desde então, a técnica vem sendo empregada para uma ampla variedade de cenários clínicos, incluindo cirurgias cardíacas.
Objetivo: Por meio de uma revisão de ensaios clínicos, sintetizar e avaliar a utilização do bloqueio do ESP em cirurgias cardíacas.
Método: Trata-se de um estudo exploratório, baseado no método de revisão da literatura com síntese de evidências. A base de dados escolhida para seleção dos trabalhos foi a PUBMED, utilizando a seguinte estratégia de busca: "erector spinae plane block" AND "cardiac surgery". Foram avaliados estudos publicados nos últimos cinco anos, e qualquer trabalho que discutisse o tema proposto e fosse um ensaio clínico foi inicialmente incluído na amostra.
Resultados: Foram identificados 11 trabalhos que atenderam a estratégia de busca previamente estabelecida. Após a leitura dos títulos e resumos, um texto foi excluído por se tratar de uma carta ao editor.
Conclusão: Para todos os artigos avaliados, o bloqueio do ESP proporcionou boa analgesia e segurança durante e após procedimentos cirúrgicos cardíacos, sendo superior a técnicas clássicas como a anestesia peridural torácica (TEA) e analgesias intravenosas com ou sem opiáceos. Tal dado também foi confirmado em cirurgias pediátricas. Além disso, o bloqueio do ESP foi responsável pela diminuição de diversos efeitos adversos típicos dos métodos clássicos de analgesia mencionados, como náuseas, vômitos e maiores períodos de ventilação mecânica. Outro dado interessante foi a associação da técnica com a analgesia do plano intercostal paraesternal superficial e bloqueio do nervo peitoral, que proporcionou uma redução no uso de opiáceos, um aumento da satisfação dos pacientes submetidos ao bloqueio do ESP e diminuição nos escores de dor.
Referências
ADHIKARY, S. D. et al. Erector Spinae Plane Block Versus Retrolaminar Block: A Magnetic Resonance Imaging and Anatomical Study. Regional Anesthesia and Pain Medicine, v. 43, n. 7, p. 756–762, out. 2018. DOI: https://doi.org/10.1097/AAP.0000000000000798
AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS TASK FORCE ON ACUTE PAIN MANAGEMENT. Practice guidelines for acute pain management in the perioperative setting: an updated report by the American Society of Anesthesiologists Task Force on Acute Pain Management. Anesthesiology, v. 116, n. 2, p. 248–273, fev. 2012. DOI: https://doi.org/10.1097/ALN.0b013e31823c1030
ATHAR, M. et al. A Randomized Double-Blind Controlled Trial to Assess the Efficacy of Ultrasound-Guided Erector Spinae Plane Block in Cardiac Surgery. Journal of Cardiothoracic and Vascular Anesthesia, v. 35, n. 12, p. 3574–3580, dez. 2021. DOI: https://doi.org/10.1053/j.jvca.2021.03.009
BALAN, C. et al. Nociception Level Index-Directed Erector Spinae Plane Block in Open Heart Surgery: A Randomized Controlled Clinical Trial. Medicina (Kaunas, Lithuania), v. 58, n. 10, p. 1462, 16 out. 2022. DOI: https://doi.org/10.3390/medicina58101462
CHIN, K. J.; EL-BOGHDADLY, K. Mechanisms of action of the erector spinae plane (ESP) block: a narrative review. Canadian Journal of Anaesthesia = Journal Canadien D’anesthesie, v. 68, n. 3, p. 387–408, mar. 2021. DOI: https://doi.org/10.1007/s12630-020-01875-2
COGAN, J. Pain management after cardiac surgery. Seminars in Cardiothoracic and Vascular Anesthesia, v. 14, n. 3, p. 201–204, set. 2010. DOI: https://doi.org/10.1177/1089253210378401
COSARCAN, S. K. et al. Regional analgesia techniques for effective recovery from coronary artery bypass surgeries: a retrospective study involving the experience of a single center. Journal of Cardiothoracic Surgery, v. 17, n. 1, p. 170, 6 jul. 2022. DOI: https://doi.org/10.1186/s13019-022-01923-6
DE CASSAI, A.; TONETTI, T. Local anesthetic spread during erector spinae plane block. Journal of Clinical Anesthesia, v. 48, p. 60–61, ago. 2018. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclinane.2018.05.003
DHOLE, S. et al. Comparison of continuous thoracic epidural and paravertebral blocks for postoperative analgesia after minimally invasive direct coronary artery bypass surgery. Journal of Cardiothoracic and Vascular Anesthesia, v. 15, n. 3, p. 288–292, jun. 2001. DOI: https://doi.org/10.1053/jcan.2001.23271
DOST, B. et al. Erector spinae plane block versus its combination with superficial parasternal intercostal plane block for postoperative pain after cardiac surgery: a prospective, randomized, double-blind study. BMC anesthesiology, v. 22, n. 1, p. 295, 16 set. 2022. DOI: https://doi.org/10.1186/s12871-022-01832-0
FORERO, M. et al. The Erector Spinae Plane Block: A Novel Analgesic Technique in Thoracic Neuropathic Pain. Regional Anesthesia and Pain Medicine, v. 41, n. 5, p. 621–627, out. 2016. DOI: https://doi.org/10.1097/AAP.0000000000000451
GAWĘDA, B. et al. Postoperative pain treatment with erector spinae plane block and pectoralis nerve blocks in patients undergoing mitral/tricuspid valve repair - a randomized controlled trial. BMC anesthesiology, v. 20, n. 1, p. 51, 27 fev. 2020. DOI: https://doi.org/10.1186/s12871-020-00961-8
JADON, A.; SWARUPA, C. P.; AMIR, M. Fluoroscopic-guided erector spinae plane block: A feasible option. Indian Journal of Anaesthesia, v. 62, n. 10, p. 806–808, out. 2018. DOI: https://doi.org/10.4103/ija.IJA_411_18
KARACAER, F. et al. Bilateral erector spinae plane blocks in children undergoing cardiac surgery: A randomized, controlled study. Journal of Clinical Anesthesia, v. 80, p. 110797, set. 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclinane.2022.110797
KAUSHAL, B. et al. Efficacy of Bilateral Erector Spinae Plane Block in Management of Acute Postoperative Surgical Pain After Pediatric Cardiac Surgeries Through a Midline Sternotomy. Journal of Cardiothoracic and Vascular Anesthesia, v. 34, n. 4, p. 981–986, abr. 2020. DOI: https://doi.org/10.1053/j.jvca.2019.08.009
KOT, P. et al. The erector spinae plane block: a narrative review. Korean Journal of Anesthesiology, v. 72, n. 3, p. 209, jun. 2019. DOI: https://doi.org/10.4097/kja.d.19.00012
KRISHNA, S. N. et al. Bilateral Erector Spinae Plane Block for Acute Post-Surgical Pain in Adult Cardiac Surgical Patients: A Randomized Controlled Trial. Journal of Cardiothoracic and Vascular Anesthesia, v. 33, n. 2, p. 368–375, fev. 2019. DOI: https://doi.org/10.1053/j.jvca.2018.05.050
MACAIRE, P. et al. Ultrasound-Guided Continuous Thoracic Erector Spinae Plane Block Within an Enhanced Recovery Program Is Associated with Decreased Opioid Consumption and Improved Patient Postoperative Rehabilitation After Open Cardiac Surgery-A Patient-Matched, Controlled Before-and-After Study. Journal of Cardiothoracic and Vascular Anesthesia, v. 33, n. 6, p. 1659–1667, jun. 2019. DOI: https://doi.org/10.1053/j.jvca.2018.11.021
MUÑOZ-LEYVA, F. et al. In Reply to “Continuous Erector Spinae Plane (ESP) Block: Optimizing the Analgesia Technique”. Journal of Cardiothoracic and Vascular Anesthesia, v. 32, n. 5, p. e3–e4, out. 2018. DOI: https://doi.org/10.1053/j.jvca.2018.03.033
NAGARAJA, P. S. et al. Comparison of continuous thoracic epidural analgesia with bilateral erector spinae plane block for perioperative pain management in cardiac surgery. Annals of Cardiac Anaesthesia, v. 21, n. 3, p. 323–327, set. 2018. DOI: https://doi.org/10.4103/aca.ACA_16_18
VIDAL, E. et al. Erector spinae plane block: A cadaver study to determine its mechanism of action. Revista Espanola De Anestesiologia Y Reanimacion, v. 65, n. 9, p. 514–519, nov. 2018. DOI: https://doi.org/10.1016/j.redare.2018.09.002
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do texto na da revista;
O(s) autor(es) garantem que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
A revista não se responsabiliza pelas opiniões, idéias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
É reservado aos editores o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html