Cultivo In Vivo De Cistos Hidáticos Em Cobaias: Um Estudo Sobre A Equinococose Policística Neotropical Na Amazônia Ocidental
DOI:
https://doi.org/10.37497/JMRReview.v3i00.67Palavras-chave:
Echinococcus vogeli, experimentação animal, hidatidoseResumo
Objetivo: Realizar cultivo in vivo de metacestoides do Echinococcus vogeli em camundongos C57BL/6J.
Métodos: Foram utilizados como cobaias, 20 camundongos, 10 fêmeas e 10 machos, com idade de 4 e 7 meses. Para a inoculação intraperitoneal, os camundongos foram anestesiados com sevoflurano. Após a perda da consciência e a bradipneia dava-se início à injeção intraperitoneal do material cístico. Com uma seringa de 3ml e uma agulha de 0,7mm de calibre, foram inoculados 0,5ml de conteúdo cístico na região mediana infra umbilical da cavidade peritoneal de cada animal.
Resultados: Dos 20 camundongos inoculados 6 morreram antes da data fixada para a eutanásia, não sendo encontrados cistos em suas necrópsias. Excluídos os óbitos, a porcentagem de sucesso foi de 93%, sendo que 100% dos cistos encontrados possuíam protoscóleces viáveis.
Conclusão: É possível realizar, com sucesso, a infecção experimental de camundongos C57BL/6J com cepas de E. vogeli da região da Amazônia Ocidental a partir da inoculação direta, em sua cavidade peritoneal, de material hidático de pacientes humanos infectados, mesmo que estes tenham feito uso de albendazol, já que o uso deste não provocou a perda da vitalidade do metacestoide. Com isso, abre-se a possibilidade de realizar replicações desta pesquisa para que se possa investigar terapias mais eficazes para esta doença endêmica.
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