Utilização Do Caudal Block Em Cirurgias Inguinais Pediátricas: Síntese De Evidências
DOI:
https://doi.org/10.37497/JMRReview.v1i1.20Palavras-chave:
Anestesiologia, Pediatria, Cirurgia, Caudal BlockResumo
Introdução: Quase um quarto dos procedimentos anestésicos realizados atualmente em crianças envolvem anestesia regional. Por sua vez, o bloqueio caudal (BC) é uma das técnicas mais amplamente utilizadas em pacientes pediátricos submetidos a intervenções subumbilicais.
Objetivo: Por meio de uma revisão integrativa da literatura, sintetizar e avaliar a utilização do BC em cirurgias inguinais pediátricas. Método: Trata-se de um estudo exploratório, baseado no método de revisão da literatura com síntese de evidências. A base de dados escolhida para seleção dos trabalhos foi a PUBMED, utilizando a seguinte estratégia de busca: (caudal[title] AND block[title]) AND inguinal[title] AND (pediatric OR paediatric).
Resultados: A busca foi realizada em novembro de 2022, e inicialmente foram identificados 13 trabalhos que atenderam a estratégia de busca supracitada. Após a leitura dos títulos e resumos, nenhum trabalho foi excluído.
Conclusão: De modo geral, o BC com bupivacaína demonstrou-se uma técnica segura e aplicável em cirurgias inguinais pediátricas, promovendo boa analgesia e demonstrando poucos efeitos adversos. Além disso, o uso do BC com bupivacaína em associação ao tramadol demonstrou segurança, além de promover analgesia prolongada. Ainda, a utilização do BC em associação com dexametasona, 2-cloroprocaína e levobupivacaína como anestésicos principais foram positivamente avaliadas. Porém, se comparado com bloqueio paravertebral, infiltração do analgésico diretamente na ferida, bloqueio do quadrado lombar e bloqueio do plano transverso abdominal, o BC foi considerado inferior nos quesitos de duração da analgesia e escores de dor. Por fim, o BC foi superior no tocante à analgesia quando comparado ao uso de supositório de paracetamol, além de analgesia comparável com a analgesia ilioinguinal guiada por ultrassom.
Referências
BARTHOLD, J. S.; GONZÁLEZ, R. The epidemiology of congenital cryptorchidism, testicular ascent and orchiopexy. The Journal of Urology, v. 170, n. 6 Pt 1, p. 2396–2401, dez. 2003. DOI: https://doi.org/10.1097/01.ju.0000095793.04232.d8
ÇEVIKKALP, E. et al. Ultrasound guided transversus abdominis plane block. Postoperative analgesia in children with spinal dysraphism. Saudi Medical Journal, v. 39, n. 1, p. 92–96, jan. 2018. DOI: https://doi.org/10.15537/smj.2018.1.20943
CHAN, Y. Y.; DURBIN-JOHNSON, B.; KURZROCK, E. A. Pediatric inguinal and scrotal surgery – practice patterns in US academic centers. Journal of pediatric surgery, v. 51, n. 11, p. 1786–1790, nov. 2016. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpedsurg.2016.07.019
CHANG, S.-J. et al. The incidence of inguinal hernia and associated risk factors of incarceration in pediatric inguinal hernia: a nation-wide longitudinal population-based study. Hernia: The Journal of Hernias and Abdominal Wall Surgery, v. 20, n. 4, p. 559–563, ago. 2016. DOI: https://doi.org/10.1007/s10029-015-1450-x
CONROY, J. M. et al. A comparison of wound instillation and caudal block for analgesia following pediatric inguinal herniorrhaphy. Journal of Pediatric Surgery, v. 28, n. 4, p. 565–567, abr. 1993. DOI: https://doi.org/10.1016/0022-3468(93)90617-T
ECOFFEY, C. et al. Epidemiology and morbidity of regional anesthesia in children: a follow-up one-year prospective survey of the French-Language Society of Paediatric Anaesthesiologists (ADARPEF). Paediatric Anaesthesia, v. 20, n. 12, p. 1061–1069, dez. 2010. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1460-9592.2010.03448.x
GAVRILOVSKA-BRZANOV, A. et al. Evaluation of Anesthesia Profile in Pediatric Patients after Inguinal Hernia Repair with Caudal Block or Local Wound Infiltration. Open Access Macedonian Journal of Medical Sciences, v. 4, n. 1, p. 89–93, 15 mar. 2016. DOI: https://doi.org/10.3889/oamjms.2016.023
HOSSEINI JAHROMI, S. A. et al. Effects of suppository acetaminophen, bupivacaine wound infiltration, and caudal block with bupivacaine on postoperative pain in pediatric inguinal herniorrhaphy. Anesthesiology and Pain Medicine, v. 1, n. 4, p. 243–247, 2012. DOI: https://doi.org/10.5812/aapm.3551
JÖHR, M. Regional anaesthesia in neonates, infants and children: an educational review. European Journal of Anaesthesiology, v. 32, n. 5, p. 289–297, maio 2015. DOI: https://doi.org/10.1097/EJA.0000000000000239
JÖHR, M.; BERGER, T. M. Caudal blocks. Paediatric Anaesthesia, v. 22, n. 1, p. 44–50, jan. 2012. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1460-9592.2011.03669.x
KEPLINGER, M. et al. Feasibility and pharmacokinetics of caudal blockade in children and adolescents with 30-50 kg of body weight. Paediatric Anaesthesia, v. 26, n. 11, p. 1053–1059, nov. 2016. DOI: https://doi.org/10.1111/pan.12972
KODALI, V. R. K.; KANDIMALLA, A.; VAKAMUDI, M. Comparison of Analgesic Efficacy of Ultrasound-Guided Transversus Abdominus Plane Block and Caudal Block for Inguinal Hernia Repair in Pediatric Population: A Single-Blinded, Randomized Controlled Study. Anesthesia, Essays and Researches, v. 14, n. 3, p. 478–484, set. 2020. DOI: https://doi.org/10.4103/aer.AER_77_20
KUMAR, A. et al. Ultrasound-guided transversus abdominis plane block versus caudal block for postoperative analgesia in children undergoing inguinal hernia surgery: A comparative study. Journal of Anaesthesiology, Clinical Pharmacology, v. 36, n. 2, p. 172–176, jun. 2020. DOI: https://doi.org/10.4103/joacp.JOACP_100_19
MARHOFER, P.; LÖNNQVIST, P.-A. The use of ultrasound-guided regional anaesthetic techniques in neonates and young infants. Acta Anaesthesiologica Scandinavica, v. 58, n. 9, p. 1049–1060, out. 2014. DOI: https://doi.org/10.1111/aas.12372
MARJANOVIC, V. et al. A Comparison of Three Different Volumes of Levobupivacaine for Caudal Block in Children Undergoing Orchidopexy and Inguinal Hernia Repair. Medical Principles and Practice: International Journal of the Kuwait University, Health Science Centre, v. 26, n. 4, p. 331–336, 2017. DOI: https://doi.org/10.1159/000475936
MIRJALILI, S. A. et al. Should we abandon landmark-based technique for caudal anesthesia in neonates and infants? Paediatric Anaesthesia, v. 25, n. 5, p. 511–516, maio 2015. DOI: https://doi.org/10.1111/pan.12576
MUELLER, C. M. et al. Regional block via continuous caudal infusion as sole anesthetic for inguinal hernia repair in conscious neonates. Pediatric Surgery International, v. 33, n. 3, p. 341–345, mar. 2017. DOI: https://doi.org/10.1007/s00383-016-4027-6
NADEEM, A.; AHMED, A. Intravenous dexamethasone along with caudal block improves analgesic efficacy following day-case inguinal hernia repair in children: A randomized controlled trial. JPMA. The Journal of the Pakistan Medical Association, v. 69, n. 12, p. 1785–1789, dez. 2019. DOI: https://doi.org/10.5455/JPMA.301035
ÖKSÜZ, G. et al. Comparison of quadratus lumborum block and caudal block for postoperative analgesia in pediatric patients undergoing inguinal hernia repair and orchiopexy surgeries: a randomized controlled trial. Regional Anesthesia and Pain Medicine, v. 45, n. 3, p. 187–191, mar. 2020. DOI: https://doi.org/10.1136/rapm-2019-101027
PAN, M.-L. et al. A longitudinal cohort study of incidence rates of inguinal hernia repair in 0- to 6-year-old children. Journal of Pediatric Surgery, v. 48, n. 11, p. 2327–2331, nov. 2013. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpedsurg.2013.06.004
PAYNE, K. et al. Caudal block for analgesia after paediatric inguinal surgery. South African Medical Journal = Suid-Afrikaanse Tydskrif Vir Geneeskunde, v. 72, n. 9, p. 629–630, 7 nov. 1987.
POLANER, D. M. et al. Pediatric Regional Anesthesia Network (PRAN): a multi-institutional study of the use and incidence of complications of pediatric regional anesthesia. Anesthesia and Analgesia, v. 115, n. 6, p. 1353–1364, dez. 2012. DOI: https://doi.org/10.1213/ANE.0b013e31825d9f4b
TAHERI, R. et al. Efficacy of bupivacaine-neostigmine and bupivacaine-tramadol in caudal block in pediatric inguinal herniorrhaphy. Paediatric Anaesthesia, v. 20, n. 9, p. 866–872, set. 2010. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1460-9592.2010.03374.x
TUG, R.; OZCENGIZ, D.; GÜNEŞ, Y. Single level paravertebral versus caudal block in paediatric inguinal surgery. Anaesthesia and Intensive Care, v. 39, n. 5, p. 909–913, set. 2011. DOI: https://doi.org/10.1177/0310057X1103900517
VAN SCHOOR, A.; BOSMAN, M. C.; BOSENBERG, A. T. The value of Tuffier’s line for neonatal neuraxial procedures. Clinical Anatomy (New York, N.Y.), v. 27, n. 3, p. 370–375, abr. 2014. DOI: https://doi.org/10.1002/ca.22218
VARSHA, R. et al. Comparison between caudal epidural and ultrasound-guided ilioinguinal-iliohypogastric block with bupivacaine and dexmedetomidine for postoperative analgesia following pediatric inguinal hernia surgeries: A prospective randomized, double-blind study. Journal of Anaesthesiology, Clinical Pharmacology, v. 37, n. 3, p. 389, 2021. DOI: https://doi.org/10.4103/joacp.JOACP_175_19
WIEGELE, M.; MARHOFER, P.; LÖNNQVIST, P.-A. Caudal epidural blocks in paediatric patients: a review and practical considerations. BJA: British Journal of Anaesthesia, v. 122, n. 4, p. 509–517, abr. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.bja.2018.11.030
YEAP, E.; PACILLI, M.; NATARAJA, R. M. Inguinal hernias in children. Australian Journal of General Practice, v. 49, n. 1–2, p. 38–43, fev. 2020. DOI: https://doi.org/10.31128/AJGP-08-19-5037
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do texto na da revista;
O(s) autor(es) garantem que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
A revista não se responsabiliza pelas opiniões, idéias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
É reservado aos editores o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html
